A infraestrutura natural que sustenta o Brasil: floresta em pé

Contato ILPS • 26 de novembro de 2025

E se a infraestrutura mais estratégica do Brasil não fosse feita de concreto, mas de árvores?


Pense nisso: enquanto o mundo investe trilhões em estradas, pontes e cabos de fibra óptica, o Brasil já possui uma das mais complexas e valiosas infraestruturas naturais do planeta: suas florestas tropicais. Elas não apenas guardam a biodiversidade, mas regulam o clima, garantem a água, estabilizam o solo e sustentam a energia que move o país.


Esse patrimônio, muitas vezes invisível aos olhos da sociedade, opera de forma silenciosa e contínua, garantindo o equilíbrio dos ciclos naturais que sustentam a economia. A floresta em pé é, ao mesmo tempo, usina, reservatório, laboratório vivo e barreira de proteção climática, um sistema sofisticado que nenhuma tecnologia humana foi capaz de reproduzir.


Em um cenário global marcado pelo avanço das mudanças climáticas, escassez hídrica e perda acelerada de biodiversidade, o Brasil possui uma vantagem singular: a infraestrutura natural que o mundo inteiro busca reconstruir, nós ainda temos a chance de preservar. Entender esse valor e agir sobre ele é o primeiro passo para transformar a floresta em peça central de um novo modelo de desenvolvimento.

A floresta como usina invisível


Mais de 60% da matriz elétrica brasileira vem das hidrelétricas
. Isso nos coloca entre os países com energia mais limpa do mundo. Mas há um detalhe frequentemente esquecido: sem floresta, não há água, e sem água, não há energia.


As árvores das florestas tropicais funcionam como gigantescos
sistemas de irrigação atmosférica. Elas bombeiam umidade do solo e a liberam na forma de vapor, alimentando os chamados rios voadores, correntes aéreas de vapor d’água que percorrem o continente e mantêm o ciclo de chuvas sobre o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, regiões onde estão os principais reservatórios e hidrelétricas do país.


Quando desmatamos, interrompemos esse ciclo invisível
. Menos árvores significam menos evapotranspiração, menos nuvens e menos chuva. E a consequência chega rapidamente com reservatórios vazios, racionamento, energia mais cara, aumento de emissões e crises hídricas, como as de 2001 e 2021, que mostraram o quanto o sistema é vulnerável.


O valor das florestas vai muito além do carbono


Durante décadas, o
debate global sobre conservação girou em torno do carbono, florestas como sumidouros de CO₂ e instrumentos de mitigação climática. Mas hoje o entendimento se amplia. Florestas tropicais são infraestrutura essencial: provêm estabilidade climática, fertilidade dos solos, segurança hídrica e, sobretudo, resiliência ecológica. Um bem cada vez mais escasso num planeta em aquecimento.


Estudos já indicam que a
Amazônia armazena cerca de 120 bilhões de toneladas de carbono, regula padrões de chuva intercontinentais e abriga mais de 10% da biodiversidade global conhecida. Mas reduzir a floresta a um número de toneladas de carbono é subestimar sua verdadeira contribuição: ela é o sistema nervoso ecológico da América do Sul.


O Brasil e o protagonismo global das florestas tropicais


O
Brasil abriga mais de um terço das florestas tropicais do planeta. Isso significa que o destino do clima global e a segurança hídrica da América Latina estão intimamente ligados à nossa capacidade de conservar e restaurar esse patrimônio natural.


Ao mesmo tempo, somos uma potência energética e agrícola, uma combinação rara e desafiadora. Nenhum outro país enfrenta com tanta intensidade o dilema entre conservar e produzir. É por isso que o Brasil pode e deve liderar uma nova economia de floresta em pé, baseada em ciência, inovação, bioeconomia e governança territorial.


A proposta do Tropical Forest Forever Fund (TFFF)


Durante as discussões que antecedem a
COP30, surge uma das iniciativas mais ambiciosas e simbólicas já propostas: o Tropical Forest Forever Fund (TFFF). Lançado no âmbito do G20 e liderado por países do Sul Global, entre eles Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo, o fundo busca assegurar financiamento permanente para a conservação das florestas tropicais.


O
TFFF  propõe um modelo diferente dos tradicionais mecanismos de compensação de carbono. Em vez de pagar por resultados pontuais ou temporários, ele pretende garantir fluxo contínuo de recursos, recompensando países tropicais pela manutenção da floresta em pé, um ativo de valor global.


A lógica é simples, mas transformadora:
quem conserva, presta um serviço ao planeta inteiro e deve ser remunerado de forma justa e previsível por isso.


O fundo representa também uma mudança de narrativa. Pela primeira vez, as nações tropicais se apresentam não como pedintes de ajuda climática, mas como parceiras estratégicas que oferecem soluções. Ao conservar florestas, mantêm serviços ambientais que beneficiam todas as economias, especialmente as maiores emissoras de carbono.


COP30: uma oportunidade histórica em solo amazônico


A
COP30, realizada em Belém do Pará, coloca o Brasil no centro do palco climático mundial. Será a primeira conferência global do clima sediada em uma metrópole amazônica, um símbolo de que o futuro do planeta passa necessariamente pelas florestas tropicais.


A agenda brasileira para a
COP30 precisa ir além dos compromissos de neutralidade de carbono. É hora de consolidar um novo pacto de desenvolvimento, em que a floresta não seja vista como obstáculo, mas como ativo estratégico. Isso inclui fortalecer o financiamento climático, apoiar povos da floresta, investir em pesquisa e estimular cadeias produtivas sustentáveis, da biotecnologia à economia circular.


A proposta do
TFFF  é um marco nesse caminho: um instrumento que pode transformar a conservação em política de Estado e em vetor econômico, ancorando o Brasil como potência florestal e energética.


Floresta é infraestrutura


Infraestrutura é, por definição, o conjunto de sistemas que tornam possível o funcionamento da sociedade: estradas, redes elétricas, telecomunicações.


Mas e se incluíssemos nesse conceito os ecossistemas que sustentam a vida?


As florestas tropicais são infraestrutura de
regulação climática, de produção de água, de fertilidade do solo, de controle de pragas e até de saúde pública, já que evitam o avanço de doenças zoonóticas. O desmatamento, por sua vez, é o equivalente ecológico ao colapso de uma barragem ou à queda de uma ponte: uma ruptura sistêmica.


Sem floresta, não há chuva.

Sem chuva, não há rio.

Sem rio, não há energia.

Sem energia, não há desenvolvimento.


Essa é a equação mais simples e mais urgente da economia brasileira do século XXI.


Bioeconomia: da floresta viva à floresta produtiva


Conservar não significa imobilizar
. A floresta em pé gera riqueza.

A bioeconomia amazônica é uma das fronteiras mais promissoras do planeta, combinando saberes tradicionais, ciência de ponta e tecnologias limpas. Cadeias de valor baseadas em produtos florestais não madeireiros, biocosméticos, fármacos, proteínas alternativas, manejo sustentável e turismo de natureza têm potencial para movimentar bilhões de reais e gerar empregos qualificados.


Mas para isso, é preciso criar condições estruturais: regularização fundiária, infraestrutura logística de baixo impacto, conectividade digital, capacitação técnica e mecanismos de crédito verde. A floresta precisa ser vista como um ecossistema econômico vivo, não apenas como uma reserva intocável.


O papel da ciência e da sociedade civil


Instituições de pesquisa, universidades e organizações da sociedade civil, como o
Instituto Luísa Pinho Sartori, têm papel central nesse movimento.

São elas que conectam conhecimento, inovação e sensibilização pública. A floresta não será preservada apenas por decretos, mas por uma mudança de cultura, em que cada cidadão compreenda seu valor intrínseco e sistêmico.


O ILPS acredita que ciência e conservação caminham juntas. É preciso formar novas gerações de pesquisadores, gestores e líderes que enxerguem o ambiente como base da vida e do desenvolvimento. O
Prêmio Luísa Pinho Sartori, por exemplo, é um instrumento concreto para valorizar jovens talentos e fortalecer essa visão - a de que conservar é também inovar.


Brasil: potência natural e protagonista do futuro

Enquanto outros países precisam reconstruir ecossistemas, o Brasil ainda tem a chance de proteger o que o mundo já perdeu. Somos guardiões de uma riqueza biológica e climática incomparável. Isso nos dá não apenas responsabilidade, mas também vantagem competitiva: a possibilidade de liderar a transição ecológica global com base em natureza, ciência e solidariedade internacional.

O futuro não será decidido apenas nas mesas de negociação da COP30. Ele está sendo construído agora, em cada comunidade ribeirinha que protege seu território, em cada pesquisador que estuda a regeneração da floresta, em cada instituição que transforma memória em futuro.

O Brasil precisa de uma visão estratégica que coloque a floresta em pé no centro das políticas públicas e empresariais, não como paisagem, mas como infraestrutura natural essencial. Proteger a floresta é proteger a base da nossa energia, da nossa agricultura, do nosso clima e da nossa própria identidade como nação tropical.

A floresta em pé é o patrimônio natural e tecnológico que sustentará o século XXI. E talvez a pergunta que deva guiar a COP30 seja:

Se o Brasil tem a floresta, o que falta para transformá-la na sua principal infraestrutura de futuro?


Rumo a um avanço civilizatório

A floresta em pé é mais do que um símbolo ambiental, ela é o coração da economia do clima e a base para qualquer projeto de futuro. O Tropical Forest Forever Fund (TFFF) e a COP30, em Belém, representam uma oportunidade histórica de reposicionar o Brasil como líder global, articulando soberania, conservação e prosperidade em uma mesma agenda.


O desafio agora é transformar essa consciência em movimento, garantindo que cada árvore preservada seja entendida não como limite ao desenvolvimento, mas como um salto civilizatório, uma escolha estratégica que definirá o Brasil do século XXI.


Ebook cover: Hands reaching for globe, plants, and wind turbine. Title:
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O debate em torno do Projeto de Lei do Licenciamento Ambiental tem ocupado espaço central nas discussões sobre políticas públicas no Brasil. A proposta de revisão das regras, defendida por diversos setores produtivos há anos, ganhou novo impulso com a edição do decreto presidencial que regulamenta pontos sensíveis do texto. O decreto, publicado após intensa interlocução com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, incorporou sugestões da pasta e representou um ponto de equilíbrio importante: buscou-se preservar a necessária modernização do processo de licenciamento, mas com a retirada de flexibilidades que poderiam ampliar riscos ambientais. Desde o início, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima expressou preocupação com dispositivos do PL que, na visão da equipe técnica, poderiam fragilizar os mecanismos de prevenção e controle. Entre os pontos mais sensíveis estavam as hipóteses de dispensa automática de licenciamento para determinadas atividades, a simplificação excessiva dos estudos de impacto ambiental e os prazos considerados inadequados para análise pelos órgãos licenciadores. Esses temas foram objeto de intenso diálogo interministerial e resultaram em mudanças relevantes no decreto final. Uma das alterações mais importantes diz respeito às hipóteses de licenciamento por adesão e compromisso. A redação original do PL previa a aplicação desse modelo simplificado a um conjunto relativamente amplo de atividades, o que, na avaliação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, poderia abrir brechas para que empreendimentos com potencial significativo de impacto fossem submetidos a uma análise insuficiente. O decreto introduziu uma regra mais clara de enquadramento, restringindo a aplicação da adesão e compromisso aos casos em que haja, previamente, uma comprovação formal de baixo impacto ambiental. Além disso, ficou estabelecido que a implementação desse modelo deverá ser precedida da elaboração de critérios detalhados, com consulta aos órgãos ambientais estaduais. Outro ponto sensível envolvia a dispensa total de licenciamento para atividades consideradas tradicionais ou de menor porte. Embora o objetivo de reduzir custos e burocracia para pequenos empreendedores seja legítimo, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima alertou que a ausência de qualquer instrumento de controle dificultaria a identificação de impactos cumulativos, especialmente em regiões ambientalmente frágeis. A versão final do decreto eliminou a previsão de dispensa automática e substituiu esse mecanismo por um procedimento simplificado, mas ainda submetido à análise prévia das autoridades ambientais em cada caso. Com isso, manteve-se a possibilidade de agilizar processos, mas preservando um nível mínimo de verificação técnica. Outro ajuste relevante teve relação com os prazos. O texto original estabelecia prazos rígidos para a manifestação dos órgãos ambientais, com aprovação tácita caso o prazo expirasse sem uma decisão formal. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima argumentou que essa regra poderia ser contraproducente, na medida em que situações complexas demandam estudos detalhados e articulação com outros órgãos públicos. O decreto manteve a diretriz de assegurar celeridade, mas eliminou o mecanismo de aprovação tácita. Em seu lugar, foram introduzidas diretrizes para melhoria da gestão processual, incluindo metas de desempenho e digitalização obrigatória dos procedimentos, o que pode aumentar a eficiência de forma mais consistente. Também merece destaque a alteração na parte relativa aos estudos ambientais. O PL original autorizava a possibilidade de utilização de estudos simplificados em um número significativo de casos, com eventual dispensa dos EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental). Após diálogo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o decreto passou a exigir que a adoção de estudos simplificados esteja condicionada à existência de diretrizes previamente definidas por resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente, garantindo assim a participação de especialistas e da sociedade civil na definição desses parâmetros. No que diz respeito às competências de outros órgãos, o decreto também introduziu um ajuste importante. O texto original podia ser interpretado como uma limitação da competência dos órgãos de patrimônio cultural e de povos indígenas na fase de licenciamento. A nova versão reforça a obrigatoriedade de consulta e manifestação dessas instituições nos casos em que o empreendimento impacte áreas de valor histórico, cultural ou terras de povos originários. Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, essa medida foi fundamental para assegurar a conformidade do novo marco com a legislação federal e com compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. A articulação entre os entes federativos, outro tema sensível, também foi contemplada. Enquanto o PL previa a possibilidade de os estados adotarem regramentos específicos, havia receio de que isso levasse a padrões muito diferentes entre os territórios, podendo gerar distorções competitivas ou mesmo uma “corrida regulatória”. O decreto manteve a autonomia dos estados, mas estebeleceu que qualquer regra específica deverá respeitar parâmetros mínimos de proteção ambiental definidos em âmbito federal. Dessa forma, buscou-se equilibrar a flexibilidade regional com a necessidade de uniformidade nacional. Por fim, deve-se registrar que o decreto avançou ainda em aspectos operacionais. Foram incluídas diretrizes para reforçar a capacitação dos técnicos responsáveis pelo licenciamento e para ampliar o uso de sistemas informatizados, com objetivo de reduzir a dispersão de informações e permitir maior transparência e previsibilidade. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima ressaltou que essas medidas eram fundamentais para garantir que a agilidade pretendida pelo PL pudesse ser alcançada sem comprometer as salvaguardas ambientais. Conclusão As mudanças incorporadas ao decreto presidencial refletem um esforço claro de conciliar diferentes expectativas. Ao atender às principais recomendações do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o texto final eliminou flexibilidades que poderiam comprometer a integridade do processo de licenciamento, especialmente em temas como dispensa automática, aprovação tácita e utilização indiscriminada de estudos simplificados. Ao mesmo tempo, foram preservados instrumentos capazes de conferir maior agilidade e eficiência, como o licenciamento por adesão nos casos de baixo impacto, a simplificação procedimental e o uso de tecnologia. Trata-se, portanto, de um avanço importante no sentido de modernizar o licenciamento ambiental no Brasil, mantendo o equilíbrio entre desenvolvimento e proteção ambiental – princípio essencial para qualquer política pública contemporânea.
Um cavalo branco pasta na grama em uma floresta escura com árvores altas.
Por Contato ILPS 4 de agosto de 2025
As florestas são muito mais do que meras coleções de árvores; são ecossistemas dinâmicos e complexos que desempenham um papel insubstituível na manutenção da vida e do equilíbrio ambiental em nosso planeta. De florestas tropicais úmidas a densas florestas boreais, passando por florestas temperadas e manguezais costeiros, cada tipo de floresta contribui de maneira única para a saúde global. Compreender sua importância multifacetada é crucial para a construção de um futuro verdadeiramente sustentável. Reguladores Climáticos Globais Um dos serviços ecossistêmicos mais vitais prestados pelas florestas é a regulação climática. Através da fotossíntese, as árvores absorvem grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases de efeito estufa, e liberam oxigênio. Esse processo as torna sumidouros de carbono essenciais, mitigando o aquecimento global. Por exemplo, a Floresta Amazônica, a maior floresta tropical do mundo, armazena bilhões de toneladas de carbono e influencia os padrões climáticos de todo o continente sul-americano, inclusive a formação de chuvas em regiões distantes. Da mesma forma, as vastas florestas boreais (taiga) que se estendem pela América do Norte, Europa e Ásia, embora em climas mais frios, também representam um gigantesco reservatório de carbono, especialmente em seus solos ricos em matéria orgânica. Guardiãs da Água As florestas desempenham um papel central no ciclo hidrológico, influenciando a disponibilidade e a qualidade da água. Elas atuam como esponjas naturais, absorvendo a água da chuva e liberando-a gradualmente para rios e aquíferos, o que ajuda a prevenir inundações e a manter o fluxo de água durante períodos de seca. Suas raízes estabilizam o solo, prevenindo a erosão e o assoreamento de corpos d'água. Um exemplo claro é a Floresta da Bacia do Congo, que, assim como a Amazônia, contribui para a formação de chuvas e a manutenção de vastos sistemas fluviais que abastecem milhões de pessoas e ecossistemas dependentes da água. Em regiões temperadas, como as florestas de sequoias na Califórnia, a densa vegetação ajuda a reter a umidade do solo e a regular o fluxo de riachos, essenciais para a vida selvagem e o abastecimento humano. Santuários de Biodiversidade As florestas são os maiores reservatórios de biodiversidade terrestre, abrigando uma vasta gama de espécies de flora e fauna. Embora cubram aproximadamente 30% da superfície terrestre, elas concentram mais de 80% das espécies de anfíbios, 75% das aves e 68% dos mamíferos conhecidos. A diversidade biológica é fundamental para a resiliência dos ecossistemas e para a descoberta de novos recursos. A Floresta Atlântica, no Brasil, é um hotspot de biodiversidade global, com altíssimos níveis de endemismo, abrigando espécies únicas como o mico-leão-dourado. As florestas tropicais da Indonésia e Malásia são lares para orangotangos e tigres, além de uma miríade de plantas com potencial medicinal ainda inexplorado. Mesmo as florestas de eucalipto na Austrália, com sua biodiversidade mais especializada, sustentam ecossistemas complexos e espécies icônicas como os coalas.
A humpback whale is swimming in the ocean.
16 de julho de 2025
Todos os anos, entre os meses de julho e novembro, um espetáculo silencioso e majestoso toma conta do litoral brasileiro — a migração das baleias, em especial das jubartes, que escolhem nossas águas para descansar, acasalar e, muitas vezes, dar à luz. Aqui, na região de Arraial do Cabo (RJ), esse fenômeno natural pode ser vivido de perto, com sorte e respeito, através do avistamento desses animais incríveis em seu habitat. O Instituto Luísa Pinho Sartori convida todos a participarem de uma saída especial de observação de baleias no dia 26 de julho, com o objetivo de promover a educação ambiental e o encantamento pela biodiversidade marinha. Quais baleias passam por aqui? As espécies mais comumente avistadas na costa fluminense são a baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) e a baleia-de-bryde (Balaenoptera brydei). A jubarte é a estrela da temporada de inverno: adulta, pode chegar a 16 metros e pesar mais de 40 toneladas. É conhecida por seus saltos acrobáticos e pelos longos cantos emitidos pelos machos, que podem durar até 20 minutos. Já a baleia-de-bryde, observada com frequência em Arraial do Cabo em anos anteriores, é uma espécie de hábitos mais costeiros. Ela pode ser vista durante todo o ano, especialmente nas estações mais quentes, alimentando-se de cardumes de sardinhas e outros peixes pelágicos. Seu corpo esguio e as três cristas na cabeça ajudam a distingui-la de outras baleias. Por que elas estão aqui? Esses gigantes do mar percorrem milhares de quilômetros todos os anos. As jubartes, por exemplo, vêm das águas geladas da Antártida, onde se alimentam durante o verão. Quando o inverno se aproxima, elas sobem para águas tropicais e subtropicais, como as do litoral brasileiro, para se reproduzir e parir em águas mais quentes e protegidas. O litoral do estado do Rio de Janeiro, especialmente a região de Arraial do Cabo, se tornou rota importante dessa migração por oferecer águas relativamente calmas e ricas em vida, além de um ambiente propício ao descanso dos animais. Apesar de incomum, em junho de 2024 um raro e emocionante acontecimento marcou a costa do Rio de Janeiro: o nascimento de um filhote de baleia-jubarte nas águas próximas à Praia da Barra. O registro, feito por banhistas e biólogos, chamou a atenção, já que as jubartes costumam. O nascimento do filhote (apelidado carinhosamente de Bossa Nova) foi celebrado como um sinal positivo da recuperação da espécie e também um alerta sobre a importância da preservação dos oceanos e da vida marinha.
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